quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

A arte do terror

"A arte é a mentira que nos permite conhecer a verdade." Pablo Picasso


Considerações sobre a arte nazista


Quadro de HitlerO fato de que a arte comunica é bem documentado através da história. É muito provavelmente por conta deste conhecimento que Goebbels, como ministro da propaganda nazista, investia muito na arte. Sabe-se também que o próprio Hitler tinha interesse em estudar belas-artes (Algumas pessoas dizem que foi um pintor mediocre, mas pelo menos deste quadro ao lado eu gostei...).


Voltando ao Goebbels, o seu esquema de comunicação incluia quase todas as artes: da literatura ao cinema, passando pelas belas artes e pela musica. Bem, a estética nazista tentava captar o que era a cultura alemã enraizada, para isto eles rejeitavam as vanguardas modernistas e valoriazavam o classico e o estilo gótico. A arte devia exalatar o corpo e a guerra (atos heróicos) e expressar o papel da mulher como dona de casa e reprodutora. Era inaceitável que uma pintura não expressasse a realidade. Na musica, temos por exemplo esta celebração do aniversário de Hitler, onde é tocada a nona sinfonia de bethoven. Aqui estão também, a titulo de curiosidade o hino nazista e o hino da juventude hitlerista (lembrando que eles são permitidos no brasil apenas para uso didatico, embora estejam disponiveis no You tube).


É claro, que outra caracteristica exigida para uma obra de arte ser aceita é que o autor da obra fosse ariano puro. Acho que só o que vimos nas aulas de teoria democrática, e teorias da comunicação sobre pensadores como Adorno, Benjamim ou Hannah Arendt já nos dão uma idéia interessante sobre o que poderia acontecer com um artista judeu (ainda mais se fosse marxista...).


Aqui alguns dois quadros que foram aprovados pela estética nazista, o primeiro é "Familia e camponeses de Kalemberg", pintado por Adolph Wissel em 1939 e mostra a centralidade da familia, e se repararmos o papel da mulher. O outro é de 1936, de Albert Janesh, chamado "Esportes aquaticos", e explora muito a tematica do corpo ariano.


fmilia arianaaud












Houve também, em Munique, em 1937, a exposição de arte degenerada, cujo o objetivo era contrastar a arte não-nazista com a nazista, a satirizando. Por incrivel que pareça, eram rejeitados grandes artista como Kandisky, Klee e (pasmem!) Picasso. Habilidosamente eles misturaram obras feitas por doentes mentais junto a obras de pintores renomados e disporam todas as obras de forma caótica - Tudo com o intuito de provocar desprezo nas pessoas. Abaixo, alguns quadros do Klee (não sei se eles estavam entre os quadros dele, na exposição, mas são exemplos classicos do que concerteza Hitler chamaria de arte degenerada).


hklee












Agora, para finalizar, não poderiamos esquecer do maior legado deixado pelos nazistas. Não creio ter sido uma obra de arte, mas foi a obra prima deles. Assim como a arte moderna os chocou, esta obra chocou o mundo, e marcou o século XX. Não foi bela, não foi legal, mas é algo que nunca devemos esquecer, simplesmente para que ninguém tente imitá-los. Então, posto aqui uma pequena imagem silênciosa, em homenagem a 6 milhões de pessoas que me motivaram a começar esta pesquisa:


holocauto.





Refências bibliográficas


DIEHL, Paula. Propaganda e persuasão na Alemanha nazista. São Paulo: ANNABLUME, 1996.


D’ALESIO, Marcia Mansor; CAPELATO, Maria Helena. Nazismo: Politica, Cultura e Holocausto. São Paulo, Atual, 2004.


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