quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

O Cristianismo

"Não há um centimetro quadrado sobre a face da terra sobre o qual Cristo não clame: É Meu" Abraham Kuyper


Do Grupo de estudos em cosmovisão cristã


... A foto ao lado é do primeiro encontro do grupo de estudos em cosmovisão cristã da Igreja Presbiteriana do Eldorado, a qual congrego. Bem, este é um grupo do qual faço parte, e cujo o próprio nome já diz é um grupo que tem por objetivo estudar o desenvolvimento e aplicabilidade de uma cosmovisão genuinamente cristã.


A pergunta que vocês leitores devem estar fazendo é: Porque postar sobre isso no Blog da universidade? Bem, como é uma coisa que me influência a minha vida, são ideias que influênciam o meu pensar e que por mais incrivel que pareça alguns dos temas estudados tem muito a ver com comunicação, filosofia, sociologia. Por enquanto o grupo tem um caráter informal, mas temos um objetivo já para o próximo ano: Juntar alguns artigos que estão sendo produzidos em um livro. Nós nos baseamos em uma base institucional (algumas instituições já consolidadas que já fazem estudos do tipo e que desenvolvem congressos, como o L'abri, que abriga muitos estudiosos que inclusive tiveram formação acadêmica na UFMG) e uma base teórica desenvolvida por principalmente três autores principais: Abrahan Kuyper, Herman Dooyweerd e Francis Schaeffer.


Bem, mas afinal de contas, o que é cosmovisão cristã? Primeiramente temos ue entender o conceito de cosmovisão. Cosmovisão é um conceito que surgiu com o filosofo Kant, que sobremaneira nos irritou no vestibular, e que pode ser entendido, de forma bem simples, como uma visão de mundo. É claro que os conceitos filosóficos vão se adaptando a medida que o tempo passa e outros autores vão complicando (e Hegel e nietzsche vão complicar muito este conceito), mas se lembrarmos que esta é apenas uma simples postagem em um blog, vou ficar com esta concepção mais simples. Então, uma cosmovisão cristã seria uma forma peculiar de visão de mundo construida sobre a ótica do cristianismo.


Os conceitos chaves dos filosófos citados mais acima já estavam presentes do pensamento de calvino, que não caiu no vestibular, mas estava presente nos nossos estudos. Bem, falando muito brevemente de cada um. Kuyper, escreveu na segunda década do século 19. Ele chegou a ser primeiro ministro da holanda. A sua maior contribuição ao estudo da cosmovisão cristã é sua teoria de esferas de soberania que dá ao homem cristão uma maior integridade. Bem, a teoria dele é bastante interessante, envolve uma leitura muito peculiar do Gênesis e uma percepção muito aguçada do conceito de sociedade na construção de sua argumentação, porém eu não vou detalhar esta argumentação. Bem básico a conclusão dele é: A nossa vida e nossa sociedade é formada por diversas esferas: A esfera ética, a esfera politica, a esfera da fé, a esfera social, a esfera ambiental, a esfera econômica, a esfera estética, entre outras diversas esferas, que são ao mesmo tempo independentes e interconectadas, que estão debaixo de leis próprias criadas por Deus. Bem, o que isso quer mais exatamente dizer? Bem, um exemplo classico: A esfera estética tem como lei retratar através das artes o belo, os sentimentos entre outras coisas. A esfera da fé, tem por objetivo a afirmação da soberania de Deus na vida pessoal e coletiva. A esfera politica tem como objetivo garantir o funcionamento da sociedade e uma justiça social. Cada uma destas esferas têm leis próprias criadas por Deus, sendo que elas devem ser analisadas segundo os preceitos desta esfera (não se analisa uma obra de arte, vendo se ela expressa uma fé ou não, mas vendo as qualidades estéticas dela), ao mesmo tempo que ela pode conter criticas a politica, ou expressar a fé. Este pensamento de Kuyper é muito rico e liberta os cristão de um pensamento quase que dominante na época, de que os cristãos deveriam se manter a margem da sociedade. E mais, quando ele fala de uma soberania de Deus nessas esferas, ele também altera o conceito de liberdade. pois o iluminismo e o humanismo secular, em busca de se tornar livre, tenta acabar com a soberania de Deus e a troca por uma visão mecanicista de sociedade (e me fale se isso não soa um pouco a dialética do esclarecimento de Adorno e Hokeinmer?). O que as pessoas não percebem é que na verdade, soberania de Deus e liberdade humana são duas faces da mesma folha. Se é um Deus soberano que faz a lei, só se pode ser livre dentro da lei. Somos então livres dentro do que podemos fazer, ou seja uma passarinho é livre para voar, e tudo pode no vôo, mas ele não é livre para nadar. Da mesma forma, a verdadeira liberdade humana só existe na medida em que adimitimos que somente a vontade de Deus nos faz livres, pois do oposto viramos escravos de nossa própria mente, submetidos a viver nadando enquanto poderiamos voar. Basta ver, como muitas vezes a sociedade de hoje, ao tentar negar a existência de Deus provoca consequências negativas: Os jovens, sem perspectivas e condicionados a pensar em si mesmos como animais (que embora racionais) que têm extintos, e que tais instintos devem ser sempre satisfazidos, acabam caindo no mundo das drogas e se aprisionando por lá. O mesmo acontece quando um homem, ao tentar saciar o seu desejo e em nome de sua liberdade de saciá-lo, estrupa uma mulher. Tudo isto e muitas outras coisas são concebidas no seio de uma noção mecanicista de mundo.


Outro filósofo importante para o movimento é Hermam Dooyweerd. Ele foi além de um filósofo importante, um jurista e pensador politico. Sua principal contribuição para o movimento, foi a criação de um sistema filosófico-socilógico, que diferentemente de Marx, não colocava a econômia no centro da organização social, mas os chamados motivos-base religiosos. Para ele a sociedade se constrói em volta de suas crenças. Uma sociedade islâmica, por exemplo, tem sua forma econômica, suas relações sociais, suas formas artisticas em torno do motivo-base islâmico. Assim sendo, o motivo base é diferente da religião. O mesmo motivo base pode ser o fundamento de diferentes religiões, ou ser sem religião (por que o ateísmo tem motivo base, mas não é exatamente uma religião). Em seu livro "crepusculo do pensamento ocidental" ele faz uma pequena abordagem dos grandes quatro motivos-base da história da cultura ocidental. Três deles são baseados em dualismo: O Grego "natureza-forma" que se expressas nos dualismos entre a força da natureza, e as formas dos deuses, o Escolastico "Natureza-Graça" que surge no seio da idade média, e coloca um abistmo entre a natureza do homem e a graça de Deus, como coisas e processos distintos e o por fim o motivo base humanista "natureza-liberdade" que envolve a dominação de uma natureza que impede o desenvolvimento da liberdade. O quarto motivo base, seria aquele ue é genuinamente cristão, que prevê uma unidade: é o motivo base biblico "criação-queda-redenção" Qur prevê um homem criado a imgagem e semelhança de Deus, que foi criado para viver em uma sociedade integral, que envolve a criação artisitca, o desenvolvimento da razão e a da imaginação e de outros atributos igualmente divinos. Porém o homem foi manchado pelo pecado, que distorce a natureza integral do homem, e o faz se tornar idolótra e escravo de si próprio (como no pensamento de Kuyper) porém, todo esta escravidão é findada no sacrificio de Cristo, tornando o homem integral e livre outra vez.


O terceiro filosófo é Franci Schaeffer. Ele era um americano, que foi pra Europa no pós segunda guerra. Lá criou o instituo L'abri, que em Francês que dizer abrigo. Bem, qual o projeto dele? Ele percebia que havia uma tristeza e uma falta de perspectiva na europa pós guerra. As pessoas não viam mais no evangelho o sentido da vida. Então ele pensou " Se o evangelho for verdade. é verdade para todas as areas da vida. Logo, ou o evangelho é mentira, ou está sendo pregado de uma forma diferente." Logo, ele estabeleceu seu objetivo: Relacionar através de estudos e atividades sociais, a aplicabilidade do evangelho em todas, digo todas, as áreas da vida. Logo, o L'abri desenvolveu estudos sobre comportamento e critianismo, economia e cristianismo entre outras coisas... O próprio Schaeefer escreveu muita coisa sobre filosofia e arte. Na filosofia, um de seus livros mais interessante é A Morte da Razão, que baseando-se em Dooyweerd faz uma critica à filosofia ocidental que segundo ele, provocou um Abismo muito grande entre Sentimento e razão, entre fé e ciência, que faz com que coisas que na verdade são complementares e interdependentes se mantenham separada. Sua critica é outra que se assemelha muito as idéias dea dorno e de outros filosófos e pensadores vistos e teorias da comunicação e teorias democraticas.


Então, a base dos estudos de cosmovisão cristã são bem claras: Desenvolver uma percepção de mundo cristã, que não caia ao relativismo total que vemos hoje em dia, e tentar unificar novamente a razão e os sentimentos e a fé, que foram separadas gradualmente ao longo da filosofia ocidental.

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